Artigo Reflexão: “Folhas que caem, frutos que nascem”
Por: Rev Adi Éber Pereira Borges
“…mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Filipenses 3.13b-14
Faça uma lista, daquilo que você lembrar, que você já deixou para trás. Não se preocupe, nesse primeiro momento, em categorizá-la ou organizá-la, o importante é ter clareza que esses itens ficaram para trás. Durante as diversas fases da vida e do nosso desenvolvimento algumas coisas naturalmente vão sendo deixadas de lado, outras serão deliberadamente desapegadas e ainda outras forçosamente tivemos que deixálas.
Será possível descobrir que de algumas dessas coisas sentimos saudades; saudades podemos ter, mas não sejamos saudosistas. Outros itens não queremos nem lembrar; não querer lembrar está tudo bem, mas não guarde rancor, não alimente ódio.
Você descobrirá questões de ordem pessoal, outras eram da coletividade; algumas estavam relacionadas com a convivência social, profissional ou de divertimento. Talvez alguma coisa relacionada com seu caráter, personalidade, jeito de ver a vida. Talvez tenha deixado para trás lugares. Onde? Quem sabe uma situação que conseguiu superar. Qual? Talvez foi preciso deixar alguém. Quem? Tudo bem, fiquemos tranquilos/as! Estamos em pleno desenvolvimento da vida.
Agora pense… Alguma coisa ainda te machuca? Te faz falta alguma coisa deixada para trás? Você gostaria de resgatar alguma coisa já deixada no passado? Algo disso ainda possui valor? O que te prende?
Uma parreira de uvas precisa deixar sua folhas caírem, precisa deixar para trás ramos, restos de frutas podres, folhas amareladas que sugam energia. É preciso desapegar, às vezes até com aparência de não ter mais nada. Mas depois, devagarinho vão nascendo novas folhas, tudo fica verde novamente, começam a surgir aqui e ali, frutos pequeninos e logo a parreira está lotada de cachos de uvas. Ela está forte, saudável, comprometida em fornecer frutos deliciosos.
Paulo, o Apóstolo, em seu exemplo de vida, nos convida a avançar adiante deixando para trás tudo aquilo que nos emperra a caminhada. Podemos e devemos experimentar coisas novas e boas pela frente, temos a chance de seguir fortes e saudáveis. Mas, “folhas” precisam cair para que novos frutos nasçam.
Tiramos proveito do passado, aprendemos com aquilo que foi deixado para trás; algumas coisas nos foram úteis, outras apenas sugaram energia, e ainda outras nos fizeram sofrer. Mas agora, recebemos uma vocação divina e o que importa é o momento presente que vivemos para alcançar o que nos está proposto. Temos um compromisso pela frente; viver o amor.
A lista? Agora amasse, joga fora, siga em frente. Frutifique.