Policial aposentado que matou filho de ex-prefeito vai responder em liberdade; advogado alega legítima defesa
Da Redação
Fonte UOL
Eduardo Francisco Melo, conhecido como Cabo Melo, candidato derrotado nas eleições 2020 em Nipoã, no interior de São Paulo, admitiu ter matado a tiros Jonas Pedrassa, de 29 anos. A vítima é filho do ex-prefeito José Lourenço.
O caso aconteceu hoje de manhã numa estrada que liga Nipoã ao município de Monte Aprazível, onde o policial militar aposentado tem uma empresa. O homem foi levado à delegacia para prestar depoimento e alegou legítima defesa. Ele foi liberado e aguardará as investigações em liberdade.
A reportagem apurou que o Cabo Melo atirou contra Jonas durante uma briga generalizada que envolveu também o ex-prefeito e a mulher dele, mãe da vítima. O caso aconteceu por conta de um desentendimento político, já que ele sempre foi opositor a José Lourenço.
Na noite de ontem, após sessão da Câmara Municipal em que os vereadores teriam criticado a frota da cidade, o cabo Melo postou um vídeo em suas redes sociais indicando que o ex-prefeito havia investido R$ 2,3 milhões em frota e que o caso deveria ser investigado.
“A justiça tem que ser feita”, escreveu ele na legenda do vídeo, mostrando uma suposta possibilidade de corrupção contra José Lourenço.
A Polícia Civil está investigando o caso. O UOL tentou contato com o delegado responsável, que não atendeu as chamadas. Na delegacia foi confirmado que o cabo Melo não ficará preso neste momento.
Advogado do acusado apresenta versão
O UOL conversou com o advogado Carlos Danilo, responsável por representar o acusado de homicídio, que disse que o ex-candidato foi agredido. “Ele não está preso, até porque os fatos que ocorreram foram legítima defesa.
Ele estava sendo agredido e, em um dado momento, viu uma arma de posse do rapaz que faleceu”, explicou inicialmente. “O Cabo Melo tem uma empresa em Monte Aprazível, cidade vizinha. Ele estava indo para a empresa de carro quando foi cercado na estrada.
Próximo ao local do fato, José Lourenço, o ex-prefeito, foi para ultrapassar e pareou, começando a jogar o carro na frente. Então ele e a mulher partiram para cima. Nisso, chegou o Jonas e um sobrinho numa caminhonete e juntou todo mundo para cima dele”, revelou.
O advogado contou ainda que, na visão dele, o acontecimento se enquadra como emboscada. “A gente entende como emboscada, são quatro pessoas contra uma. O tiro aconteceu quando o Melo estava no chão e avistou a arma do outro. Aí ele usou a arma dele em legítima defesa”, explicou.
O UOL também entrou em contato com o ex-prefeito José Lourenço, mas não houve retornou. Uma amiga da família indicou para a reportagem que eles não vão falar por estarem sem condições emocionais.