Fortalecimento da Santa Casa de Araçatuba será debatido pelo Comitê do Baixo Tietê
Da Redação
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê (CBH-BT), Rodrigo Antunes vai convocar uma reunião com os prefeitos dos 42 municípios associados para mobilizá-los em busca de soluções das demandas da região na área de saúde pública.
O anúncio foi feito por Antunes, que é prefeito do município de Barbosa, durante reunião com a diretoria da Santa Casa de Araçatuba, para a qual foi convidado para conhecer as dificuldades enfrentadas pela instituição. A presidente do Fundo Social, Ângela Rosa Nascimento Antunes e a secretária de Bem Estar Social, Maysa Rodrigues da Silva também participaram da reunião.
O hospital é referência de atendimentos de alta complexidade para a maioria dos municípios abrangidos pelo CBH-BT. A área total de cobertura do Comitê tem em torno de 746 mil moradores.
“O Estado precisa olhar para nossa região e entender que estamos num colapso”, afirmou Antunes ao informar que as queixas em relação às dificuldades para conseguir atendimento hospitalar aos pacientes da região têm sido constantes nas reuniões do CBH-BT.
“Não estamos encontrando em nossa região, uma porta de entrada para conseguir que os nossos pacientes sejam atendidos nos hospitais, que tenham suas cirurgias realizadas e os seus problemas de saúde resolvidos”, informou o presidente do CBH-BT.
A necessidade de investimentos oficiais para aumentar a quantidade de leitos em hospitais de referência, como a Santa Casa de Araçatuba foi uma das necessidades apontadas durante a reunião.
Com 330 leitos instalados desde 2005, data do último investimento efetuado para ampliação da estrutura de atendimento aos pacientes do SUS, que representam em torno de 92% dos atendimentos prestados, a Santa Casa de Araçatuba registra há vários meses, atendimentos acima de sua capacidade instalada.
A superlotação de leitos em áreas imprescindíveis ao atendimento especializado imediato, como o Pronto-Socorro e as unidades de terapia intensiva Neonatal, Pediátrica e Adultos tem sido constante no hospital.
Além de afetar diretamente a demanda por internações, a falta de leitos nas três UTIs gerais adultos que totalizam 30 leitos, impacta também a realização de cirurgias de alta complexidade nos casos em que a recuperação do paciente precisa ser realizada em leito intensivo.
Sem a garantia desses leitos cirurgias de pacientes externos não podem ser agendadas. No caso de pacientes internados, muitos procedimentos são cancelados, situação que prorroga a ocupação dos leitos e trava a oferta de leitos para internação.
Durante a reunião, o provedor da Santa Casa de Araçatuba, Petrônio Pereira Lima explicou que “as demandas por saúde cresceram muito por causa dos represamentos ocorridos durante a pandemia. Por outro lado, houve aumento populacional na região e a estrutura de atendimento precisa ser adequada a esse crescimento”.
O provedor também defendeu a necessidade de organização do fluxo regional de média complexidade. Providência, que na opinião do presidente do CBH-BT pode começar com a reestruturação do Hospital Estadual de Mirandópolis “para que ele volte a funcionar como precisa”.
Para Rodrigo Antunes essas e outras providências “necessárias para salvar nossos hospitais e garantir atendimento às nossas populações”, passam pela representatividade que a região precisa resgatar.
“Por isso precisamos unir forças para que tanto o Governo do Estado quanto o Governo Federal tenham um olhar de prioridade à nossa região, porque vemos que outras regiões conseguem recursos que não temos conseguido. Acredito que a união dos prefeitos será fundamental para que a nossa região possa ser priorizada da forma como precisa”, afirmou Antunes.
Lição de casa
O presidente do Comitê também defende que a Santa Casa de Araçatuba receba ajuda das prefeituras dos municípios atendidos. “Vamos pedir a participação dos municípios do Fehidro para fortalecer os hospitais que são nossas referências e estão em dificuldade, no caso a Santa Casa de Araçatuba”, explicou Rodrigo Antunes.
Na reunião com os integrantes do Comitê, ele pretende apresentar modelos da documentação necessária para que os municípios possam fazer dentro da legalidade, repasses financeiros ou estabelecer convênios com hospital.
Conseguir contribuições dos municípios atendidos é uma das metas da diretoria do hospital. Através de visitas aos prefeitos ou contatos diretos com os prefeitos e secretários municipais de saúde, são explicadas as opções de ajuda financeira.
As abordagens têm apresentado resultados.
Nesta semana, a Prefeitura de Araçatuba, que já mantém vários convênios com o hospital para de prestação de serviços específicos à população, repassou R$ 1,2 milhão para compra de medicamentos e pagamento de serviços médicos.
A Prefeitura de Guararapes, por exemplo, repassou no inicio deste ano, R$ 100 mil ao Serviço de Oncologia através de um Termo de Colaboração que o prefeito Alex Peramo Arruda encaminhou para aprovação da Câmara de Vereadores.
Outra forma de contribuição é o repasse para a Santa Casa de Araçatuba de recursos de emendas parlamentares destinadas ao Teto MAC (Média e Alta Complexidade), pelas prefeituras de municípios que não realizam esses atendimentos.
“O importante é que todas as prefeituras que utilizam a Santa Casa de Araçatuba a ajudem a sair da crise. Com isso estaremos garantindo o atendimento especializado que ela oferece”, recomenda Antunes.
Pelas demandas diárias de seu município, Rodrigo Antunes define da Santa Casa de Araçatuba como “a mãe da região e recebe tudo o que é encaminhado”. Ele explica que a primeira referência de seu município é a Santa Casa de Penápolis, “porém os casos mais sérios acabam entrando na Cross que manda para Araçatuba. E é a Santa Casa de Araçatuba que tem resolvido os nossos problemas, mesmo com todas as dificuldades que tem enfrentado”.