Fateb pode não retornar as aulas por falta de dinheiro
Foto: Ilustrativa
A direção da Fateb (Faculdade de Ciência e Tecnologia de Birigui), tornou público na tarde desta terça-feira (26), a situação crítica financeira da Instituição. A medida foi tomada após reunião realizada ontem (25), entre a direção da Faculdade e sua mantenedora, a Fundação Municipal de Ensino de Birigui, que respondeu não ter condições financeiras de garantir o mínimo necessário para o início das aulas no segundo semestre.
De acordo com nota divulgada pela direção da faculdade, a Fundação é administrada por um Conselho de Curadores constituído por seis membros efetivos e três Suplentes, além de uma secretaria executiva, que deve representar a Fundação de forma ativa. O Conselho é nomeado pelo Poder Executivo Municipal, o que demonstra a responsabilidade pela gerência da Fundação, até porque o orçamento da Fundação é integrado ao orçamento municipal.
A nota acrescenta que as atuais demandas da Fateb, não correspondem somente aos salários e encargos trabalhistas, que estão em atraso, mas sim, das condições necessárias para o retorno das aulas, tendo em vista que, como ressaltado em diversas reuniões com a Fundação e com ciência do Poder Executivo, a Faculdade precisa ser atendida com estrutura mínima para executar suas atividades.
PREFEITO
O Prefeito de Birigui, Leandro Maffeis, também emitiu nota na noite desta segunda-feira (25). Segundo ele, alguns professores estão contando história e, incentivando os alunos a protestarem nas redes sociais.
O prefeito inicia a nota dizendo que a Fateb, é uma entidade municipal com CNPJ próprio, que exerce seus serviços cobrando mensalidades dos alunos e pode receber doações de pessoas e empresas, bem como repasses da Prefeitura. Sua situação financeira é gerenciada por uma equipe própria e por uma gestão independente da Prefeitura.
Ele ressalta que, diante da situação, no mês de Julho de 2022 a sua equipe realizou 3 reuniões técnicas, em uma das quais ele participou presencialmente, para abordar situação financeira da Instituição, e nas 3 reuniões a Prefeitura se colocou à disposição da diretoria para buscar, em conjunto, soluções para o problema financeiro que a faculdade vem enfrentando há anos.
Conforme Maffeis, uma das soluções, com a qual já se comprometeu, é o repasse emergencial, a ser realizado no retorno das sessões da Câmara (pois depende de aprovação dos vereadores) do valor de R$ 100 mil para sanar uma parte das dívidas que a Faculdade acumula até este momento.
Ainda de acordo com o prefeito, outras soluções passam pela busca de mais recursos para serem destinados, bem como soluções para o futuro dos negócios da Fateb, que merece ser tratada como uma Fundação séria, que fornece serviços independentes e de qualidade, e que não deve ser usada politicamente para favorecer essa ou aquela narrativa ideológica.
Maffeis termina a nota dizendo lamentar que algumas pessoas queiram fazer terrorismo com uma situação tão grave. E garante que está se esforçando para encontrar uma solução financeira e jurídica para que a Fateb se recupere e consiga alcançar as suas grandes metas.
INSUFICIENTES
De acordo com a diretoria da Fateb, os compromissos citados pelo prefeito, não atendem o pedido da Fundação, visto que o déficit orçamentário nesse ano é no valor mensal de R$ 60.000,00, fato conhecido pelo Executivo, por participar ativamente da elaboração do orçamento municipal, que dentre todos os órgãos municipais, a Fundação Municipal de Ensino de Birigui também faz parte.
Segundo a diretoria, os compromissos de repasse, mencionados por Maffeis, são possibilidades, não existindo datas que serão efetivados, e o valor de R$ 100.000,00 não atende o déficit orçamentário.
MENSALIDADES
Ainda conforme nota assinada pela Direção e Corpo Acadêmico da Instituição, as mensalidades provenientes dos alunos são geridas pela Fundação, representada pela gestão nomeada pelo Executivo Municipal, mas não têm sido suficientes para cobrir as demandas da faculdade no que se refere aos encargos trabalhistas e despesas básicas com manutenção, de modo que seria fundamental adequar e executar o orçamento do município, no que se refere ao atendimento da Fundação.