Motorista que transportava 1.345 tijolos de maconha é condenado
Foto: Ivan Ambrósio
Por Ivan Ambrósio/Jornal Interior
O motorista Itacir Ignoato, morador de Pato Branco (PR), foi condenado a sete anos, nove meses e 22 dias de prisão pela Justiça de Penápolis. Ele foi preso, em setembro de 2021, após ser flagrado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) transportando quase uma tonelada de maconha escondida no fundo falso de um caminhão.
Na sentença, o juiz da 1ª Vara Criminal, Marcelo Yukio Misaka, ainda sugeriu que fosse concedida uma menção honrosa ao policial que atuou diretamente no flagrante.
“Ante a extrema percuciência, tirocínio e senso de responsabilidade funcional do agente Alexandre de Paula Jardim, é que essa expressiva quantidade de drogas foi retirada de circulação da sociedade, razão pela qual determino que se oficie ao Comando da Polícia Rodoviária Federal, ao qual o policial está vinculado, sugerindo a anotação de menção honrosa em sua ficha funcional pela atuação nessa prisão em flagrante delito”, destacou o magistrado.
CASO
O flagrante ocorreu na tarde de 27 de setembro do ano passado na Assis Chateaubriand (SP-425), em Penápolis. A PRF seguia para a base de Guaiçara, que fica na rodovia Transbrasiliana (BR-153), quando se deparou com caminhão Mercedes-Benz.
O policial que apresentou a ocorrência relatou que, neste momento, recordou que havia abordado o veículo próximo de Santo Antônio da Platina (PR), em 17 de agosto onde, em revista na carroceria, notou a existência de um fundo falso, que estava vazio.
Diante da suspeita, a equipe fez a abordagem. O caminhão transportava placas solares e, ao vistoriar o fundo falso, o policial percebeu a existência de um tablete, que ao ser perfurado, exalou o cheiro de maconha.
Ao todo, foram retirados do compartimento 1.345 tijolos. Como estava chovendo, o veículo foi levado até uma das quadras poliesportivas do Ginásio de Esportes Prefeito Nagib Sabino, o Nagibão. Um forte esquema de segurança, que contou com o apoio da Polícia Militar, esteve no local para garantir que os tijolos fossem descarregados.
Foi necessário o uso de uma empilhadeira para tirar as placas solares. Os tabletes estavam cobertos com café, para despistar o cheiro, caso fosse usado cães farejadores. A ação chamou a atenção de moradores, que acompanharam o trabalho pelo alambrado.
O motorista alegou que pegou o caminhão em um posto de combustíveis em Maringá (PR), onde levaria para a região de Sete Lagoas (MG). Ele receberia R$ 15 mil pelo transporte. Com o acusado, os policiais encontraram dois celulares, sendo um deles Iphone, além de R$ 852 em dinheiro.
Ele contou que recebeu um dos aparelhos para manter contato com a pessoa que indicaria o local exato do destino da droga.
Já as placas solares seriam entregues em Uberlândia e Ouro Preto, ambas em Minas Gerais. No dia do flagrante, a transportadora responsável pelos painéis solares era do Rio Grande do Sul e foi informada do caso, enviando outro caminhão para dar sequência ao transporte da carga.
O réu aguardava julgamento preso. O juiz não concedeu a ele o direito de recorrer da pena em liberdade, iniciando o regime fechado. Misaka ainda determinou na sentença o perdimento à União do dinheiro e do caminhão, por considerar que ele era habitualmente utilizado “no comércio maldito”.
INCINERAÇÃO
Dias após, os tijolos de maconha foram incinerados. A Polícia Civil solicitou para a Justiça que o procedimento fosse feito rapidamente, o que foi autorizado. Os trabalhos foram acompanhados pelo delegado titular do 1º DP (Distrito Policial) de Penápolis, Thales Eduardo Anhesini.
Investigadores e representantes do Ministério Público e Vigilância Sanitária também estiveram presentes. Após conferência, os entorpecentes foram levados até uma usina da região, onde foram queimados. Um forte esquema de segurança aconteceu durante todo o trajeto. Nenhum incidente foi registrado.