“Enquanto eu for vereador o nome de Deus vai ser louvado na Câmara de Araçatuba”, diz Dunga em sessão tumultuada
Da Redação
Na sessão desta segunda-feira, a Câmara de Araçatuba foi palco de um manifesto violento pelos integrantes do PSOL, que querem que a Casa venha abolir o uso da frase “ Sob a graça e proteção de Deus”, definida pelo Regimento Interno, para abertura das sessões ordinárias, extraordinárias e solenes. Assistam o vídeo.
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O vereador Dunga Costa foi um dos que se levantaram contra o que definiu como desrespeito a Deus e ao povo. “O que esperar de um grupo que quer tirar o nome de Deus e impedir a leitura de um trecho da Bíblia nas sessões de uma Câmara Municipal? Bagunça, baderna e o violência verbal!!” , afirma Dunga.
O vereador diz que “em quase 30 anos na condição de vereador jamais vi algo parecido. Minha perplexidade ainda foi maior, porque dentre os manifestantes estava justamente o Paulo que se denomina Reverendo e é ligado à igreja Anglicana. O mesmo que foi candidato a prefeito de Araçatuba e conseguiu pouco mais de 700 votos”.
Dunga argumenta também que sob a injustificada justificativa de que “o estado é laico”, “o grupo do reverendo que não conseguiu sequer eleger um vereador à Câmara, quer através do grito e da pressão, que o legislativo venha abolir a frase que regimentalmente é proferida pelo presidente da Mesa na abertura de sessões ordinárias, extraordinárias ou solenes”.
O vereador lembrou que tanto a frase quanto a leitura de um trecho da Bíblia foram incluídos no regimento interno em 1993. “São tão significativos, que o Regimento Interno passou por reforma em 2006 e tanto a frase quanto a leitura foram mantidos”.
Dunga usou a palavra e dentre outros deixou claro que: “Enquanto eu estiver nesta Casa, o nome de Deus será louvado”.
REPÚDIO
Por maioria de votos, os vereadores de Araçatuba repudiaram um abaixo-assinado que está circulando na internet para proibir a leitura bíblica e o uso da frase “sob a proteção de Deus” no início das sessões da Câmara, com base no princípio da laicidade do Estado brasileiro. O requerimento de repúdio, assinado pela Frente Parlamentar Cristã, foi apreciado no Grande Expediente da 32ª Sessão Ordinária do ano, realizada na segunda-feira (04/10).
A Frente Parlamentar Cristã é formada pelos vereadores Maurício Bem Estar (PP), Coronel Guimarães (PSL) e Arnaldinho (Cidadania). De acordo com eles, a leitura da Bíblia no início dos trabalhos legislativos está prevista no Regimento Interno da Câmara desde 1993 e não viola a laicidade do Estado. “O Estado laico não significa o Estado sem religião. Ao contrário, o Estado laico defende a liberdade religiosa”, explicou Maurício Bem Estar.
O movimento que objetiva a revogação desse trecho do Regimento Interno da Câmara é organizado pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Com camisetas personalizadas e cartazes, integrantes desse partido acompanharam a discussão e votação do requerimento de repúdio no plenário da Câmara. Por conta de manifestações do público, a sessão chegou a ser suspensa duas vezes e pessoas foram retiradas da galeria para a continuidade dos trabalhos.
O requerimento de repúdio recebeu doze votos favoráveis e um voto contrário, proferido pelo vereador Wesley da Dialogue (Podemos). “Um Estado laico deve garantir que todas as pessoas possam e devam, se assim quiserem, manifestar as suas crenças. Por isso, o Estado, enquanto instituição, deve manter a sua laicidade, inclusive para que nos próximos governos, se não forem cristãos, os cristãos tenham direito de manifestar as suas religiões”, justificou Wesley.
Com informações Assessoria Câmara de Araçatuba