Justiça de Mirandópolis acata denúncia do GAECO contra três integrantes do PCC
Objetivo dos integrantes do PCC era atacar promotor e agente penitenciário
A Justiça de Mirandópolis recebeu, nesta terça-feira (27), a denúncia apresentada pela Força-Tarefa X do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) contra G.H.G.O., J.A. e W.F.C. e decretou a prisão preventiva dos três, acusados de integrar o PCC e participar do planejamento de atentados que tinham como alvos um promotor de Justiça e um agente penitenciário.
O plano foi descoberto em julho de 2020, quando um dos réus, que já cumpria pena na Penitenciário Nestor Canoa, foi submetido a uma revista. Na oportunidade, foi localizado um bilhete que tinha como destinatários integrantes da organização criminosa em liberdade, cobrando uma “posição urgente” sobre a represália determinada contra o promotor e o agente penitenciário. O objetivo do PCC era dar uma resposta à investigação que frustrou o plano de fuga da liderança em 2018 e a sua transferência para o sistema penitenciário federal.
Ao longo do ano de 2018, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo e o Ministério Público do Estado de São Paulo detectaram um plano de resgate de integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital detidos na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira – PII, localizada em Presidente Venceslau. Um dos beneficiados seria Marco Willians, líder do PCC, com função de destaque na Sintonia Final.
As informações colhidas pela Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado de São Paulo (Croeste) indicaram o gasto de milhões de dólares no plano (organização da logística, compra de veículos blindados, aeronaves, material bélico, armamento de guerra e treinamento de pessoal na Bolívia). A organização criminosa planejava o cerco do Batalhão da Polícia Militar local, impossibilitando o voo do helicóptero Águia, bem como ataque na subestação de energia elétrica de Presidente Venceslau com o objetivo de deixar a cidade sem energia elétrica. Diante de tais informações, foi deslocado para a região grande efetivo de policiais militares, viaturas e armamentos pertencentes a Batalhões de Ações Especiais da Polícia Militar para evitar a ação da facção e riscos à segurança da população local.
Da mesma forma, o aeroporto de Presidente Venceslau foi interditado para pousos e decolagens, com colocação de barreiras físicas espalhadas pela pista, além de ter sido montado um sistema com metralhadoras capazes de abater aeronaves, Houve também a instalação de barricadas para impedir a derrubada do portão do presídio. Ainda assim, em 27 de outubro de 2018, por volta das 09h50, uma das câmeras de segurança registrou a imagem do sobrevoo de um drone nas imediações da referida unidade prisional, método utilizado pelo PCC nas ações contra empresas de valores, agências bancárias ou resgate de presos. O procedimento visa a reconhecer o local nos dias que antecedem os crimes e monitorar a aproximação de forças policiais. A região de Presidente Venceslau estava em situação de perigo iminente com a possibilidade de execução de plano de resgate da liderança do PCC. Havia altíssimo risco de confronto armado, com perigo à vida e à integridade física de moradores, policiais e agentes penitenciários.
Fonte MPSP