22 de novembro de 2024


Programa estadual alerta sobre raiva do morcego em rebanhos

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No Brasil, podem ser encontradas quase duas centenas de espécies de morcegos, mas no mundo existem cerca de 1.400 espécies diferentes. Por aqui, são encontrados os frugívoros (se alimentam de frutos), os nectarívoros (de néctar), os insetívoros (de insetos), os piscívoros (de peixes), os onívoros (de pólen, frutas e insetos), os carnívoros (de pequenos vertebrados) e os hematófagos, que são os chamados “morcegos-vampiros”, por se alimentarem de sangue.

 

A orientação do médico-veterinário Guilherme Shin Iwamoto Haga, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária responde pelo Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PCRH), é de que o produtor precisa verificar sempre a existência de colônias de morcegos hematófagos na sua propriedade. 

 

Em áreas rurais, eles têm o hábito de se abrigar em fendas, cavernas, árvores, bueiros e construções abandonadas, mas podem, muito raramente, serem encontrados nas áreas urbanas. “Se encontrar fezes com aspecto escuro, quase preto, brilhante e com odor muito forte pode ser indicativo da presença de hematófagos”, destaca o médico.

Na área urbana, o ataque de morcegos deve ser notificado à Vigilância Sanitária do município.

 

Das três espécies de morcegos hematófagos, o Desmodus rotundus, é o que merece atenção e controle para Secretaria Estadual por causar enormes prejuízos à atividade agropecuária, levando os animais não vacinados, quando atacados, à morte. A transmissão da raiva ocorre por meio do contato da saliva do morcego contaminado quando ele morde o animal. Embora os morcegos tenham preferência em atacar rebanhos bovinos e cavalos, assim como animais domésticos, a raiva transmitida por eles é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida ao homem. Tanto nos animais como nos humanos, a taxa de letalidade da raiva é de 100%.

 

O criador deve observar se os seus animais apresentam alguns dos sintomas causados pela doença. Os animais podem se afastar do rebanho, andar desorientado e/ou cambaleante, animal triste, com salivação intensa, paralisia de membros ou movimentos de pedalagem, não conseguir se levantar, e até mesmo morte. Se alguma dessas situações ocorrerem, a orientação é procurar ajuda profissional e notificar imediatamente a Defesa Agropecuária e vacinar o todo o rebanho contra a raiva. 

 

Outra situação que deve ser notificada é a observação de sinais de agressão feita pelos morcegos hematófagos para se alimentar, que pode ser identificada através de sangue seco escorrido e escoriações, geralmente na tábua do pescoço, próximos à cauda e orelhas do animal.

 

É importante não manipular qualquer tipo de morcego ou destruir seu abrigo, porque todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva.

 

O controle da raiva dos herbívoros é feito por equipes especializadas da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, que realizam a captura de alguns hematófagos, fazem a aplicação de uma pasta vampiricida e os hematófagos são soltos para retornarem a seus abrigos, promovendo a redução do número de indivíduos, mas protegendo a espécie.

 

A notificação de suspeita ou ocorrência de doenças em animais é responsabilidade de todo e qualquer cidadão e pode ser feita pela internet, no SISBRAVET através do site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (link) 

 

Mais informações:

*Escritório de Defesa Agropecuária de Araçatuba*

Rua Barão do Triunfo, 403 – CEP: 16050230 – Araçatuba/SP

Telefone: (18) 3624-5264 – e-mail: [email protected]

 

*Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH)*

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