Viúva de homem morto no Carrefour recusa indenização de R$ 1 milhão
Da Redação
Milena Borges Alves, viúva de João Alberto, homem que foi espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour, não aceitou a proposta de acordo de R$ 1 milhão feito pela empresa. Os advogados de Milena encerraram as negociações no último dia 24 de março e devem entrar na Justiça cobrando entre R$ 10 milhões a R$ 15 milhões. Os valores seriam indenizações por dano moral e material.
A defesa de Milena recusou o montante oferecido pela rede de supermercados pois foi o mesmo pago pela morte do cão Manchinha, espancado por um segurança também no Carrefour, em Osasco (SP). A empresa destinou R$1 milhão para instituições de causas animais.
O advogado Hamilton Ribeiro, em entrevista ao UOL, recordou do caso George Floyd, morto por um policial em maio do ano passado nos Estados Unidos. Neste contexto, a família da vítima recebeu US$ 27 milhões de indenização. “Quanto vale a vida de um negro afro-brasileiro e um negro afro-americano? Quando vai ter fim a síndrome do cachorro vira-lata?”, completou. O Carrefour, segundo o defensor, estaria “se agarrando” a um valor estipulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de 500 salários mínimos.
A rede de supermercados fechou acordo com a filha de Milena, enteada de João Alberto. O pai de Alberto, o pastor João Batista Rodrigues, 65 anos, também fechou negociação. Os valores não foram revelados devido ao termo de confidencialidade.
O CASO
Beto foi morto no Carrefour, na última quinta-feira (19/11), em Porto Alegre. A esposa do homem, Milena Borges Alves, 43, contou que o casal foi ao supermercado comprar ingredientes para fazer uma receita de pudim e comprar verduras.
De acordo com Milena, eles ficaram poucos minutos dentro do estabelecimento e Beto saiu na frente em direção ao estacionamento. Ao chegar no local, ela se deparou com o marido no chão, e foi impedida de chegar perto dele.
Fonte UOL