Fogo em assentamento queima vacas, porcos e animais silvestres
Por Antônio José do Carmo – Noroeste Rural
CASTILHO- “Ontem foi um dia para esquecer”, disse agora há pouco Messias Donega, integrante da Brigada Municipal com exclusividade à nossa reportagem. Ele é o autor de fotos estarrecedoras. Outro socorrista que participou do combate ontem foi o jornalista Roni Paparazzi que também edita site de notícia e realizou vários registros fotográfico que estamos publicando nessa postagem.
O fogo que atingiu o assentamento Anhumas, segundo eles provocou um cenário de guerra, com vacas queimadas e mortas, enroscadas nas cercas de arame farpado que não conseguiram se livrar para fugir do jogo.
Porcos, galinhas…
“O vento estava muito forte e as chamas voavam de um lado a outro dos córregos, atingindo principalmente pastagens”, disse ele. “Seria uma ação eficaz se as aeronaves tivessem repetido ontem, o trabalho que fizeram nos dois dias anteriores”, mas Donega afirmou desconhecer o motivo que ontem o helicóptero e o avião agrícola não ajudaram no combate. O Corpo de Bombeiros atuou diretamente com vários caminhões, mas em muitos momentos, “tivemos que correr para não morrer”, declarou o brigadista.
Messias Donega acredita que hoje o vento poderá provocar a reanimação do fogo que ainda está presente em tronco de árvores ou cercas, no meio dos lotes carbonizados. Todos os vizinhos não atingidos estão de prontidão e com medo.
As pastagens secas foram rapidamente queimadas, passando de um sítio para o outro e ameaçando até as moradias. Donega disse que uma delas foi parcialmente queimada porque ao lado havia uma touceira de bambu. O fogo saiu da pastagem e foi lançado pelo vento contra a moita de bambu que pegou fogo e atingiu a casa.
Donega comentou sobre a morte de um brigadista da Usina Santa Adélia, que fazia combate ao fogo numa área rural em Itapura, em incêndio nos canaviais e pastagens. Messias disse que ele trabalhava com uma máquina pá carregadeira, e que fazia um aceiro quando o vento forte levou o fogo para a máquina. Ele tentou fugir abandonando o veículo, mas teria se confundido porque o logo já havia rodeado o local onde se encontrava, e por isso, correu para ao encontro de outro foco de labaredas.
Para Donega o episódio foi doloroso, mas na sua opinião que há 11 anos é brigadista, e participa de formação no Batalhão da PM de Araçatuba, os danos podem ser menores se sitiantes e brigadistas participarem de um programa de instruções sobre o comportamento que se deve ter quando o fogo atinge a zona rural. A primeira lição, segundo ele, é não ficar sozinho, mas andar em grupos e estar sempre ao lado do caminhão pipa, que é a “célula salva vidas”. O brigadista que morreu estaria sozinho.
Outro fato importante segundo Donega, é a falta de brigadas municipais em outras cidades, mantidas pela Prefeitura, como ocorre em Castilho. “Seria mais rápido o socorro e uma cidade poderia ajudar a outra, ampliando os grupos de combate”, afirmou Messias Donega.
Roni Paparazzi disse que o socorro em solo foi muito importante e contou com brigados do Corpo de Bombeiros, das empresas Águas de Andradina e Águas de Castilho, Brigada Municipal de Castilho, brigadas das usinas de álcool de toda região e dezenas de voluntários.