21 de novembro de 2024


Futebol paulista: retorno entre a esperança e a razão

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Por Cláudio Henrique

Antes de rolar a bola para os comentários, gostaria de agradecer

imensamente aos amigos do portal Araçatuba em Foco pela oportunidade em comentar acerca de futebol e do esporte em geral por meio destas linhas. Que o lendário José dos Santos Primo, eternizado na última sexta-feira (17) interceda pela nossa capacidade de dialogar e apreciar, com senso crítico, essa matriz fundamental da humanidade na qual Primo foi um vitorioso mundialmente reverenciado.

Após quatro meses o futebol irá voltar em campo no Estado de São Paulo. Palco do estadual mais competitivo do País, a dinâmica esportiva retorna para o epicentro da Covid-19.

Há que se refletir sobre o retorno e sua viabilidade nos aspectos

sanitários, médicos, econômicos e, claro, esportivos. Vamos nos ater ao último para não perder de vista o gancho deste texto.

A partir do dia 22, as duas últimas rodadas remanescentes do Paulistão Série A1 serão disputadas. O cenário pode se desenhar com dois extremos. Na parte de cima, um simples empate tira o Corinthians, tricampeão do estadual, das fases finais. Há um remotíssimo risco de queda, algo a não se concretizar pelos concorrentes serem bem menos competitivos.

Já na parte de baixo, a Ponte Preta pode estar com os dias contados na elite paulista, e vendo seu rival-mor, Guarani, classificando e eliminando justamente o contemporâneo da Zona Leste Paulistana.

Mas voltando ao alvinegro da Capital. Thiago Nunes, muito questionado pelo elenco e pelos torcedores, seguiu no comando e ganhou fôlego com a parada. Ganhou também Jô como reforço, mas tenta blindar o elenco das sucessivas informações envolvendo o financeiro do clube. E logo de início quem pode ser o calcanhar de Aquiles corintiano é o arquirrival Palmeiras, que vê na saída de Dudu, o seu melhor jogador, um desfalque de impacto. Aliado a isso, ao menos quatro jogadores do elenco estão com o Novo Coronavírus, o que certamente acarretará em menos competitividade, embora o seu rival também tenha tido histórico da doença no plantel.

Outro problema grande para Vanderlei Luxemburgo – já curado da Covid-19- está no impedimento temporário de Rony, por questões judiciais. O atleta certamente é o que mais tem condições no time de amenizar a saída de Dudu. Fora isso, o bom defensor paraguaio Gustavo Gómez segue com a sua situação indefinida, o que pode aproximá-lo de um adeus caso o time não inicie as tratativas de um novo contrato.

Já na Baixada Santista, o Alvinegro Praiano vê no recomeço uma tentativa de driblar os desafios. Dificuldades financeiras, propostas do exterior e o impedimento de novas contratações momentaneamente devido ao caso Cleber na Fifa fazem a equipe de Jesualdo Ferreira não criar pretensões altas, ainda que esteja com a situação bem encaminhada no Paulista. A equipe prefere não criar falsas expectativas e viver do bom esforço de Soteldo e seus companheiros de elenco.

No Morumbi, entretanto, o São Paulo aposta no fator Diniz para galgar coisas boas na temporada. O time não se desfez de ninguém por ora e quer seguir a boa campanha no estadual, apostando no estilo de jogo com fator que o coloca entre os favoritos a sair da fila de títulos.

No Interior, os times se seguram como podem. A maioria dos times terá que jogar fora, pois o Interior está praticamente todo na fase vermelha ou laranja do Plano SP, o que impede atividades esportivas coletivas. Muitos times tiveram que remontar os seus elencos, mas os que possuem melhor campanha, como no caso do líder Santo André, não só conseguiram manter como reforçaram o plantel. Outras boas equipes como o Mirassol, Ituano e Novorizontino também mantiveram.

Vale lembrar que o rebaixamento está mantido.

Assim sendo, o Paulistão retoma dividido entre a esperança do retorno das atividades, o que significa um desafogo para os clubes em diversos aspectos, e o dilema racional da prevenção. De casa, torceremos para o pior não piorar. Ao contrário: que o gol da vida e da superação sejam cada vez mais desentalado das cordas vocais.

*Cláudio Henrique é jornalista com passagem por jornais, rádios e portais de notícias da região de Araçatuba. Atualmente o colaborador é assessor de comunicação da Diocese de Araçatuba, professor das redes pública, privada e de ensino técnico e é componente do programa Estação Gol.

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