30 de abril de 2024


Artigo Reflexão: “Entre a descrença e o fanatismo, Jesus propõe o equilíbrio”

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Por: Rev. Adi Éber Pereira Borges

“Mas ele lhes disse: por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? […] E, por não acreditarem eles ainda, por causa da alegria, e estando admirados, Jesus lhes disse: Tendes aqui alguma coisa que comer? Lucas 24.38 e 41

Um dos grande efeitos que a trágica ação humana trouxe para o nosso ecossistema provocando enormes buracos na camada de ozônio, foi o desequilíbrio do clima e das estações climáticas. Temos sofrido com o aquecimento global e também com a desregulação das chuvas. Pesquisadores afirmam que já não há como reverter esse desequilíbrio e os demais efeitos; ficamos a mercê da determinação divina para uma nova criação.

Mas há outros desequilíbrios que precisam ser resolvidos, alguns são de nossa responsabilidade, outros cabem à intervenção de Deus nesse mundo, e ainda há outros que dependem de uma parceria divino humana.

Naquele entardecer, Jesus, após ter ressuscitado, foi se encontrar com o grupo de discípulos e discípulas e propôs essa parceria para equilibrar os ânimos, pensamentos, sentimentos e ações do grupo. Percebe-se pela narrativa que eles e elas estavam alternando entre dois extremos, a descrença e o fanatismo, o medo e a euforia. Jesus é aquele que é capaz de equilibrar essas questões, mas convida o grupo para colaborar com esse equilíbrio assumindo posturas afirmativas e positivas.  

A incredulidade e o medo já não tinham razão de existência, pois, o próprio Cristo, o Filho de Deus estava ali vivo e conversando com eles e elas comunicando a paz. A prova que precisavam para crer lhes foi dada: “Toquem aqui nas minhas feridas”. Por outro lado, o fanatismo e a euforia não poderiam inspirar uma paralização das ações missionárias e o afastamento e alienação da realidade.

Primeiro deixam-se abater pelo medo e trancam-se portas adentro; depois não acreditam no que estão vendo, acham que é um fantasma. Desfeito o medo e a incredulidade, agora paralisam-se pelo fanatismo da alegria; a missão é integral, é preciso sair e alimentar a alma e o corpo das pessoas.

Em nosso tempo, também há um desequilíbrio mortal entre a descrença e o fanatismo; nem um e nem outro é bom, mas acreditar em tudo e alienar-se da realidade também não é saudável. 

Jesus, então nos propõe o equilíbrio; é preciso crer, mas com uma dose de desconfiança sobre o que dizem por aí sobre Deus e sobre o que dizem que Ele disse; olhem as Escrituras para ver se é verdade. O fanatismo religioso tem o poder de nos alienar da realidade e nos levar à idolatria de certos líderes; é preciso vislumbrar o Cristo e adorá-lo, mas Ele mesmo disse que é preciso olhar para o nosso irmão e nossa irmã e ajudá-los a vencer as “grandes fomes”, materiais e existenciais.

Devemos sempre exercitar nossa fé e entusiasmo com as coisas do reino de Deus, mas também agir com alegria, firmeza e ousadia na missão no mundo.

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