23 de novembro de 2024


Dia Nacional da Doação de Órgãos: Em oito anos, Santa Casa de Araçatuba captou 460 órgãos

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Foto: divulgação

Da Redação

Conheça a história do Mário César, que recebeu o rim de um paciente que teve morte encefálica

A Santa Casa de Araçatuba é uma das referências em notificações de morte encefálica da região Noroeste Paulista. O hospital, por três anos consecutivos, recebeu premiação da Secretaria Estadual de Saúde, pelo desempenho em taxa de efetivação das doações de órgãos. No ano passado, por exemplo, foi uma das duas unidades hospitalares da OPO (Organização de Procura de Órgãos) de São José do Rio Preto, com maiores taxas de consolidação de protocolos.

O trabalho é realizado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Implantada em janeiro de 2015, a Comissão, até setembro de 2023, registrou 267 protocolos de morte encefálica que resultaram em 115 captações e 460 órgãos distribuídos e transplantados em todo o Estado de São Paulo a pacientes que estavam na fila à espera de transplante. 

“As CIHDOTTs são essenciais para viabilização e cuidado dos doadores de órgãos para transplantes”, afirma o médico Rafael Saad, coordenador da Comissão. Ele explica que os integrantes dessas comissões internas realizam busca ativa em todo âmbito hospitalar, em especial nas unidades de tratamento intensivo e setores de urgência e emergência.

Cabe aos integrantes dessas comissões, o acompanhamento de todas as etapas do protocolo de investigação de morte encefálica, abordagem e entrevista com familiares dos pacientes, o contato com a Central de Transplantes e o suporte às equipes que realizam as captações.

De acordo com dados divulgados em junho deste ano pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), 57.347 pacientes adultos estão na lista de espera nacional. Desse total, 18.733 são do Estado de São Paulo. O rim é o órgão com maior demanda dentre os pacientes da fila de espera.  Em todo o país são 31.541 pacientes, 1.175 dos quais, da faixa etária pediátrica. 

O médico coordenador da CIDOHTT, Rafael Saad lembra que a “a elevada taxa da recusa familiar à doação de órgãos é o principal obstáculo para efetivação da doação na maioria dos estados”.  Segundo dados de junho de 2023 da ABTO, a taxa de recusa nacional é de 49%, “isto é, a cada dois pacientes com morte encefálica confirmada, um não tem seus órgãos doados por recusa da família”, exemplifica Saad.  Na Santa Casa de Araçatuba, a taxa de recusa para a doação de órgãos registrada é 25%.

“Por tudo isso, reforçamos a importância da comunicação entre os familiares sobre a vontade de ser um doador de órgãos, pois apenas com o consentimento familiar é possível realizar a doação”, orienta Saad.

Entrevista com o médico Rafael Saad

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