Defesa Agropecuária orienta atenção do produtor sobre Raiva dos Herbívoros
Foto: ilustrativa
Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agroindustrial
A raiva é uma zoonose causada por um Rabdovirusneurotrópico, sendo suscetíveis todos os mamíferos. Apresenta distribuição geográfica cosmopolitae sintomas de excitação e paralisia de diversas naturezas e sempre fatal. A raiva causa prejuízos aos produtores, pela morte de animais, além da espoliação pelo morcego hematófago transmissor. Para o Estado, os prejuízos decorrem de gastos com diagnósticos, vacinas e pessoal que atua na prevenção da doença. Para a comunidade internacional a doença é um fator de depreciação do nosso produto. Sendo uma zoonose, representa sérios riscos à saúde pública.
No Estado de São Paulo o principal transmissor da raiva aos herbívoros é o morcego hematófago da espécie Desmodusrotundus. A raiva canina está controlada.
O herbívoro doente não oferece risco de transmissão a outros animais, à exceção do homem, devido à sua interação com animais enfermos.
A obrigatoriedade da vacinação no Estado de São Paulo de: bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e equídeos contra a raiva, em municípios previamente determinados pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária – CDA, baseados em estudos epidemiológicos que definiram as áreas de risco para a doença. A partir de então, as vacinações são realizadas, nos meses de maio e novembro, em municípios pré-estabelecidos pela CDA, priorizando as áreas de maior risco de ocorrência da doença. Quanto a vacinação nosso objetivo é o controle da raiva dos herbívoros de maneira a abolir a vacinação obrigatória em todo o Estado.
O morcego Desmodusrotundus, se alimenta de sangue. Com alimento e abrigo a população desse transmissor aumenta desordenadamente. Dessa forma, faz-se necessário o controle populacional desse mamífero, com a utilização de métodos seletivos (controla apenas o Desmodusrotundus), pois outras espécies devem ser preservadas, tais como aqueles que se alimentam de frutas, insetos, néctar, roedores, peixes, etc. No tipo de método direto há necessidade da captura do morcego hematófago para, em seguida, aplicar a pasta vampiricida no dorso do animal. Este animal assim tratado é solto e, em contato com outros morcegos de sua espécie, contamina-os com a pasta, acarretando a morte de vários, em decorrência de hemorragia generalizada. Esse método deve ser utilizado apenas por pessoal habilitado e imunizado, devido à necessidade de conhecimento para a identificação dos morcegos capturados e o alto risco de contrair a doença por quem os manipulem. Os abrigos de Desmodusrotundus são cadastrados, georeferenciados e anualmente inspecionados pelo serviço oficial. Já no método indireto, a pasta vampiricida é aplicada, no herbívoro, ao redor do local da mordedura. O morcego hematófago, que geralmente retorna ao ponto da mordedura anterior para se alimentar, entra em contato com o vampiricida, morrendo devido à hemorragia. Este método, que elimina apenas aqueles morcegos que estão se alimentando em herbívoros, deve ser utilizado pelo pecuarista, devendo ele ser orientado sobre os cuidados de manipulação do produto vampiricida.
O diagnóstico laboratorial positivo para raiva é o principal indicador de atividade viral. Ele aponta para uma região especial, que precisa ser trabalhada para o controle efetivo da doença. De todo animal com sintomatologia nervosa deve ser colhido material e enviado ao laboratório, para diagnóstico de raiva e outras doenças com essa característica.
No estado de São Paulo existem oito laboratórios que fazem diagnóstico da raiva: UNESP de Botucatu e Araçatuba, USP na capital, APTA regionais de Presidente Prudente e Pindamonhangaba, CCZ da Prefeitura Municipal de São Paulo, Instituto Pasteur e Instituto Biológico. O Instituto Biológico, na capital, além do diagnóstico de raiva, faz também o diferencial para as demais doenças com sintomatologia nervosa. Para a vigilância epidemiológica da encefalopatia espongiforme bovina – EEB (BSE), também conhecida como doença da vaca louca, deve-se colher, também, o tronco encefálico conservado em formol.
A vacinação dos animais susceptíveis no foco e nas propriedades vizinhas, até um raio de 12 km, pode ser recomendada, a critério do serviço oficial de defesa sanitária animal. Na área focal essa atividade deve ser adotada, num raio de 12 km ao redor do foco, tendo em vista a existência de colônias de morcegos hematófagos contaminadas pelo vírus rábico.
Se algum animal estiver com sintomas sugestivos de raiva, comunique imediatamente o Serviço de Defesa Sanitária Animal da região. Se tiver algum animal mordido, passe a pasta vampiricida ao redor da mordedura e vacine seus animais pois existe o risco de transmissão da Raiva. Encontrando algum abrigo de morcego hematófago, comunique ao Serviço de Defesa Sanitária Animal da região. A maneira mais fácil de identificar se o abrigo é de morcego hematófago é olhando para o chão, como eles se alimentam somente de sangue, as fezes parecem pequenas manchas de piche (sangue em decomposição).
A notificação de suspeita ou ocorrência de doenças em animais é responsabilidade de todo e qualquer cidadão e pode ser feita pela internet no SISBRAVET através do site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/www/sisbravet/)
*Rafael Cipriano e José Eduardo Zanon são médicos veterinários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agroindustrial de Araçatuba
Mais informações:
Escritório de Defesa Agropecuária de Araçatuba
Rua Barão do Triunfo, 403 – CEP: 16050230 – Araçatuba/SP
Telefone: (18) 3624-5264 – e-mail: [email protected]
Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH – https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/www/programas/?/sanidade-animal/programa-estadual-de-controle-da-raiva-dos-herbivoros-pecrh/)