22 de novembro de 2024


Morre o jornalista Toninho do Carmo, aos 64 anos

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Foto: Reprodução Redes Sociais

Da Redação

Antônio José do Carmo tinha 64 anos. Filho de Alcides do Carmo e dona Aparecida, um casal pioneiro do Jardim Santa Cecilia, Toninho estudou o ensino fundamental no Colégio Estadual de Andradina, na época instalado no prédio da atual EE “ Dr. Álvaro Guião.

Era professor de Matemática formado pelas Faculdades Rui Barbosa de Andradina, mas foi o jornalismo que ele abraçou como carreira.

Começou em “O Jornal da Região”, do jornalista Isael Soares Fernandes, seu mestre em jornalismo e cujo estilo questionador potencializou o sentimento que era peculiar em Toninho e ao qual foi leal até as ultimas notas que escreveu e postou em uma de suas redes sociais.

Fez longa carreira no jornal “ O Estado de São Paulo”. Começou como correspondente de Andradina e região e pelo destaque de suas reportagens, muitas das quais investigativas, logo passou a ser pautado para elaborar reportagens especiais e de âmbitos estadual e nacional.

Ganhou alguns prêmios em algumas delas, como por exemplo, a reportagem sobre “o passeio” que o álcool fazia entre nas usinas produtoras em nossa região, o entreposto de Paulínia, na região de Bauru e a “volta” às bombas dos postos revendedores da região que o produziu e já custando três ou quatro vezes mais em relação ao valor pago aos produtores.

Toninho do Carmo também trabalhou na TV Noroeste Paulista, atual TV TEM. Foi chefe de jornalismo da sucursal de Araçatuba.
Mas a paixão pelo jornalismo impresso o levou a se dedicar apenas à Agência Estado, empresa do Grupo Estado que surgiu junto com a era das newsletters e abastecia de informações o “Estadão” e centenas de jornais brasileiros e de alguns internacionais, como, o New York Times, por exemplo. No inicio dos anos 90, pico de suas atividades, a Agência chegou a manter 600 jornalistas correspondentes em todo o país. Toninho do Carmo era o coordenador de algumas desses profissionais, como por exemplo, Manoel Martins e Roselana Aguiar.

O jornalista também foi uma referência profissional na transformação que Folha da Região de Araçatuba registrou a partir de 1990. Contrato para ser atuar como uma espécie de “ombudsman da redação”, Toninho do Carmo coordenava a redação, na época, com mais de 20 profissionais, sobre textos, editorias e fotos jornalísticas.

Com o esvaziamento da Agência Estado, Toninho do Carmo criou “ O Debate”, um tabloide com uma diagramação diferenciada, textos curtos e fotos bem elaboradas que circulava semanalmente em Andradina e região. O sucesso editorial, de assinantes e comercial da publicação inspirou a circulação de vários outros similares.

Toninho do Carmo também atuou como assessor de imprensa da Prefeitura de Andradina, na gestão do prefeito João Carreira. A experiência com o jornalismo governamental o transformou em consultor de várias outras prefeituras e candidatos a cargos eletivos e executivos.

Era casado com Márcia Medeiros do Carmo com quem teve os filhos Gênesis e Naiane.

Há alguns anos mantinha o Noroeste Rural, uma publicação digital com milhares de acessos e assinantes.

O jornalista e procurador jurídico Claudivan Ferreira Barros tem uma definição que certamente coincide com o pensar de todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo: “O bom jornalismo sempre marcou a vida do Toninho. Foi uma referência para a nossa geração. Que o espírito irreverente dele seja recebido com muita luz divina no novo plano. Deus conforte a família e os amigos nesse momento de tristeza”.

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