Polícia Militar resgata criança de 11 anos que era mantida amarrada em barril
Da Redação
Fonte Polícia Militar SP
Policiais Militares que atuam na cidade de Campinas, resgataram ontem(30), uma criança de 11 anos que era mantida por um casal dentro de um barril, amarrada e com o tampo fechado. As equipes chegaram até o local, um barraco no Jardim Itatiaia, por meio de uma denúncia anônima. Os policiais militares encontraram o garoto em uma situação inacreditável e de total desamparo, tratado de forma desumana e com requintes de crueldade.
Os policiais militares, pais de família, mesmo sensibilizados e com seus corações nas mãos, reuniram forças suficientes para resgatar aquele garoto, que estava com muita sede, amarrado e em constante exposição ao sol. O casal foi detido e relatou previamente que o menino teria um problema psiquiátrico e lhes “dava muito trabalho”. Após ser hidratado e alimentado, permaneceu sob cuidados médicos no aguardo do resultados de exames. A ocorrência foi apresentada na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas. O Conselho Tutelar está acompanhado o caso.
Segundo a PM, o menino era mantido em pé no espaço onde também fazia necessidades fisiológicas. O local era coberto por uma telha e havia uma pia de mármore por cima para impedir a saída dele.
A corporação diz que foi acionada após moradores da região perceberam que o garoto havia deixado de ir para a escola e de brincar com outras crianças do bairro. Os policiais contam que entraram na casa após autorização da jovem de 22 anos, que é filha da namorada do pai do menino.
No local, diz a PM, o menino estava nu, debilitado e apresentava sinais de desnutrição. Os policiais usaram um corta-fios para remover as correntes e ele foi socorrido por uma equipe do Samu ao Hospital Ouro Verde, onde permanecia internado até este domingo e sob a tutela de uma tia paterna. A determinação foi feita pelo Conselho Tutelar da metrópole, também comunicado durante a ocorrência.
“Eu só queria algo para comer”, diz o menino durante um vídeo gravado pela PM na ocorrência.
Já o pai dele e a namorada, diz a corporação, foram presos em flagrante no momento em que voltaram de um supermercado para a residência.
Sofrimento e castigo
O pai da criança, um auxiliar de serviços de 31 anos, teria alegado que o menino “é agitado dentro de casa” e fez isso para educá-lo, segundo texto do boletim de ocorrência. O menino, diz a PM, ficava impossibilitado de sentar ou agachar e, com isso, também apresentava pernas inchadas.
A Polícia Civil considerou que o homem aplicou violência e grave ameaça que provocaram intenso sofrimento físico e mental; enquanto que a namorada dele, uma faxineira de 39 anos, e a filha dela, que atua como vendedora, se omitiram e nada fizeram para evitar os resultados.
O delegado de plantão determinou a prisão do pai da criança e, caso ele seja denunciado e condenado, pode receber pena mínima de prisão pelo crime que varia de 2 a 8 anos. Já a namorada e a filha dela, se responsabilizadas apenas pela omissão, podem receber pena de 1 a 4 anos de detenção.
A polícia arbitrou fiança de R$ 5 mil para cada uma delas, mas não há informações sobre os pagamentos.