22 de novembro de 2024


Polícia encontra DNA de ex-militar em veículo usado em roubo de Araçatuba

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Ex-sargento do Exército, Ademir Luís Rondon foi preso temporariamente em Campinas (SP) por suspeita de envolvimento em um assalto a um carro-forte em São Carlos (SP), em abril deste ano (Imagem: Reprodução)

Fonte: UOL

Peritos da Polícia Federal encontraram material genético do ex-militar Ademir Luis Rondon em um dos veículos usados no mega-assalto ocorrido na madrugada de 30 de agosto em Araçatuba (interior de São Paulo). Ele é apontado pela investigação como um dos chefões do ataque a uma central de distribuição do Banco do Brasil com cerca de R$ 90 milhões.

O ex-sargento do Exército foi preso pela Polícia Civil no fim de outubro por suspeita de envolvimento em uma tentativa de roubo a um carro-forte com o uso de explosivos em São Carlos (SP), em abril deste ano.

Segundo a Polícia Civil, Rondon é apontado como um dos principais especialistas em detonadores dos grupos envolvidos em assaltos aos moldes do “novo cangaço”, prática também conhecida como “domínio de cidades”, quando dezenas de assaltantes com fuzis e explosivos invadem municípios de pequeno e médio porte, rendem autoridades e atacam instituições financeiras.

De acordo com investigações, ele usa táticas militares para assaltar veículos blindados. Em 2015, foi capturado com comparsas em um local usado para armazenar armas de grosso calibre. Entre elas, um armamento antiaéreo com capacidade para derrubar até helicópteros. Após a captura, foi condenado e cumpriu pena por porte de armas.

A identificação dele como uma das lideranças no roubo de Araçatuba não chega a ser uma surpresa. Estamos falando de um ex-militar que trabalha na implantação dos explosivos, já conhecido por atuar nesse tipo de roubo. É um cara extremamente importante para a quadrilha”, Pedro Ivo Corrêa dos Santos, 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Banco.


Parceiro baleado’: o áudio gravado em Araçatuba

Um dos diálogos captados por rádio e anexados ao inquérito da Polícia Federal é atribuído a Rondon no local do ataque. “Vamos embora! Parceiro tá baleado”, disse, segundo fontes ligadas ao caso de Araçatuba, investigado sob sigilo.

A mensagem foi enviada após um dos comparsas ter sido atingido por um disparo dado pela polícia em meio à ação.

Ainda de acordo com as investigações, a mensagem foi repassada no momento em que ele estava em um caminhão em frente à agência bancária onde os comparsas cometiam o roubo. Outros criminosos de menor escalão davam cobertura para a ação portando fuzis.

“Ele era do núcleo de explosivos e estava entre os cinco principais criminosos na operação. A prisão dele foi um duro golpe na organização”, disse o delegado Santos, da 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Banco, unidade do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) responsável pela captura do ex-militar.

De acordo com as investigações, o ex-militar era o responsável por um veículo com mais de 50 quilos de explosivos, detonadores, extintores, maçarico e até gerador de energia —equipamentos necessários para explodir a agência e cometer o roubo.

Ligação com homem na lista dos mais perigosos do país

Ainda de acordo com investigações, Rondon possuía ligações com Arnon Afonso da Silva Vieira, que figura na lista dos assaltantes mais perigosos do país elaborada pelo UOL com base em dados do governo federal.

Preso desde outubro de 2020, Vieira é apontado como o “homem-bomba” nessas ações por ser o responsável pela aquisição e distribuição de explosivos.

Ele também foi investigado por envolvimento em uma tentativa de fuga no fim de setembro deste ano na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), unidade de segurança máxima onde estão os criminosos mais perigosos de São Paulo.


As disputas por poder e dinheiro dentro da principal organização criminosa do Brasil são narradas na segunda temporada do documentário do “PCC – Primeiro Cartel da Capital”, produzido por MOV, a produtora de documentários do UOL, e o núcleo investigativo do UOL.



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