Serviço de Endoscopia da Santa Casa de Araçatuba volta a emitir laudos com imagens
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Médica Endoscopista alerta sobre a necessidade de pessoas acima de 45 anos fazerem colonoscopia como exame de rotina
A média de 200 exames que o Serviço de Endoscopia da Santa Casa de Araçatuba realiza por mês dentre endoscopias digestivas altas, colonoscopias e broncoscopias, voltaram a ser entregues aos pacientes com as imagens realizadas durante os procedimentos.
O recurso estava indisponível desde a mudança do Serviço para o prédio do Centro Ambulatorial e Diagnóstico ocorrida em mês de dezembro. A retomada foi possível graças à doação de R$ 10 mil efetuada no mês passado pela Drogamax Hiperfarma referente ao arrecadado com as inscrições de uma corrida de rua. A Santa Casa fez uma contrapartida do mesmo valor, totalizando R$ 20 mil de investimento.
Foi adquirido o iKap, sistema de captura de imagens que possibilita gerenciamento completo de imagens e laudos, como captura de fotos e vídeos dos exames, editor de laudos, impressão dos laudos com layout configurável e armazenamento dos exames realizados, dentre varias outras funções.
Para o funcionamento e conexão com todas as salas de exames e laudos foi necessária aquisição de mini PC Dell com HD de 1 Terabyte (TB), placa externa de captura de imagens e impressora colorida que foi contratada em comodato.
A médica endoscopista Adriana Bassani Nassri explica que a inclusão de fotos de imagens capturadas durante os exames são importantes para a segurança do paciente, dos médicos que realizam os procedimentos e os médicos que solicitaram o exame.
“Independente de haver uma lesão importante ou que esteja tudo normal, é fundamental que o paciente tenha acesso a isso. Por outro lado, as imagens dão ao endoscopista segurança para fundamentar o laudo e o médico que solicitou o exame tem as imagens necessárias fechar um diagnóstico seguro”, explica Nassri.
A médica integra uma equipe composta por quatro endoscopistas que atuam no Serviço de Endoscopia da Santa Casa de Araçatuba. A unidade é chefiada pelo médico Sérgio Godoy Rodrigues.
O Serviço é referência para pacientes do SUS de 40 cidades da região de Araçatuba e para vários planos privados de saúde. Os laudos e prints das principais imagens captadas são entregues aos pacientes logo após o exame ser concluído.
Porém no período em que as imagens não estavam sendo incluídas no laudo, o hospital recebeu queixas, principalmente dos pacientes de cidades da região. Por isso, a diretoria da Santa Casa decidiu incluir o restabelecimento do sistema como uma das prioridades imediatas.
Da média de 200 exames realizados por mês a maioria é de endoscopia, seguido de colonoscopia. Esses procedimentos são solicitados por gastroenterologistas, coloproctologistas, pneumologistas e clínicos gerais em várias circunstâncias.
As três principais são para pedidos de endoscopia digestiva alta são dores epigástricas, hematêmese (presença de sangue em vômitos) e melena (fezes muito escuras). Na colonoscopia boa parte dos pedidos é para rastreio de câncer colorretal, sangramento vias retal e dores abdominais. A broncoscopia é solicitada para diagnóstico de doenças pulmonares.
O Serviço de Endoscopia da Santa Casa de Araçatuba atua também em apoio às urgências e emergências. Hemorragias digestivas e intestinais e retirada de corpo estranho de cavidades como nariz e garganta, estão dentre as principais causas dos atendimentos emergenciais.
Endoscopista alerta: colonoscopia precisa ser exame de rotina
Pacientes que procuram o Serviço de Endoscopia da Santa Casa de Araçatuba para realizar colonoscopia de rotina se destacam no total de exames da modalidade realizados. No entanto, na avaliação da endoscopista Adriana Bassani Nassri está aquém do necessário em relação ao protocolo mundial que preconiza que homens e mulheres acima de 45 anos com queixa ou não de problemas gastrointestinais, devem realizar uma colonoscopia como rastreio de câncer colorretal.
Existem outras situações nas quais o paciente precisa realizar o exame independente de estar na faixa etária mínima: sangramento ou antecedente familiar de câncer colorretal. O diagnóstico da Doença Diverticular dos Cólons, também é umas indicações comuns dentre pacientes com mais de 60 anos.
“Durante um exame de rotina podem ser encontrados pólipos que são lesões pré-malignas ou não. O intuito é identificar essas lesões e tratá-las durante o procedimento para que não evoluam para um câncer”, afirma a endoscopista.
Ela explica que pessoas dessa faixa etária devem encarar a colonoscopia com a mesma seriedade e empenho com que realizam outros exames de rastreamento, como por exemplo, no caso das mulheres, a colposcopia e a mamografia para rastreio de cânceres de colo de útero e mama respectivamente, e o exame de toque retal, no caso dos homens, para analisar alterações sugestivas ao câncer de próstata.
Nassri atribui a baixa procura por colonoscopia de rotina à falta de informações sobre sua importância para diagnóstico precoce de câncer colorretal e a alguns mitos por se tratar de um exame invasivo.
Porém, de acordo com a endoscopista, o preparo para o exame que dura em torno de 36 horas e inclui uso de laxantes e impõe restrições alimentares é o único incomodo relacionado à colonoscopia. “O exame é feito sob sedação e aqui em nosso Serviço de Endoscopia, que considero de ponta e de excelência, a sedação é realizada com anestesista que permanece na sala de exame durante todo o procedimento, o que representa conforto para os pacientes extremamente importante para nós endoscopistas”.